O ser humano dos séculos anteriores era constituído por corpo, espírito e alma e, cada uma das partes com seus respectivos sentidos:
• Corpo – visão, audição, tato, paladar e olfato.
• Espírito/mente) – Imaginação, sentimento, consciência, memória e raciocínio.
• Alma/subconsciente – Sistema de afetos.
Já o cyborg deste século possui novos sentidos/sensores que fez dele um homem cibernético.
Além dos sentidos do homem natural, agora possuímos também wi-fi, OS, bluetooth, Câmera iSight 8k, Terabytes, Whatsapp, tela de 7″, 5G, GPS, MP3, Touch ID, comando de voz, carregador de bateria, etc, etc. Uns até bateria reserva.
Não usamos mais a memória cerebral, temos terabytes de espaço em algum outro lugar, o que é mais que suficiente, pois não temos muito o que guardar além de selfies, memes, dancinhas engraçadas, lista de “amigos”, etc. E se o espaço se torna insuficiente, fazemos um upgrade.
Não olhamos mais para outros olhos, usamos nossa enorme tela tooth de resolução em 8k LED onde todos parecem lindos.
Nosso poder de comunicação aumentou muito e já não há limites geográficos vivido pelo velho homem natural. Interagimos com o mundo, criamos nosso próprio idioma e, com tanta gente para falar nos resta agora o assunto.
Privacidade era frescura do venho homem natural. O que é bom deve ser mostrado, publicado, visto, likado, comentado, compartilhado, existindo e quem sabe vivido.
O velho homem natural tinha sua cabeça erguida e seu olhar no horizonte infinito num sinal de esperança.
O novo homem abaixa a cabeça para sua tela onde o mundo se mostra brilhante mas com a certeza de que muito que se mostra ali não existe.
O velho homem natural se conectava ao próximo pelo toque, abraço, amizade, sinceridade, paixão, compreensão, compaixão e compartilhava amor, O cyborg pelo wi-fi, bleutooth, infra vermelho e compartilha ego.
O homem natural mantinha seus segredos no mais profundo do coração, dentro de sua alma, onde só ele e Deus tinham acesso. Quanto aos cyborgs da atualidade, se ainda lhe resta alguma segredo em sua vida, em seus smartphones protegidos por senha.
O velho homem natural mudou com novos sensores e sua alma segue como a do velho homem, o que mudou é que sua alma. com seu livre arbítrio, agora está atrofiada, fazendo todos parecer desejar a mesmíssima coisa. Espantoso!
Por um lugar sem wi-fi, por favor.
João Marcos Vieira
