Um hacker é aquele indivíduo que, por dominar a linguagem das máquinas, consegue “furar” seus bloqueios e entrar no mais profundo do sistema e lá fazer o que bem desejar, como se tivesse a devida autorização.
Agora imagine: se o domínio da linguagem de computador permite tamanho poder, o que acha daquele que domina a linguagem humana?
Se você não domina a linguagem, alguém domina para você.
A linguagem é um dos elementos que nos torna humanos e não se resume a falar e escutar somente, mas sim a toda a interação humana.
Entender a substância do pensamento, que é a palavra, fará toda a diferença na precisão da comunicação. Ou seja, na transmissão da realidade ao interlocutor e também assim como em sua recepção.
Também vale lembrar que a primeira comunicação que se faz é fisiológica, isto é: por meio dos gestos, micros expressões faciais, maneira como se veste, tom e intensidade da voz, etc.; sendo assim, a maneira como se mostra diz mais sobre você e seus conceitos do que possa imaginar.
Não esqueça! Só sabem de você o que você diz. Seja por palavras ou não.
E, antes que alguém diga: “também sabemos das pessoas pelo que outros dizem…”. A saber, a reputação não é algo que nos pertence, em outras palavras, nossa reputação é o que os outros acham de nós e, se nos importarmos tanto com isso, tornaremos escravos por não ser possível agradar a todos, além do que, tal missão não é vocação de ninguém, o que significa a total falta de personalidade. Lembrem-se de Jesus: Ele tinha pelo menos duas reputações: as dos apóstolos e dos que O conhecia e a do Sinédrio e dos que eram por ele influenciados.
Enfim, o domínio da linguagem é de extrema importância para desenvolver um ser humano com autonomia para pensar, discernimento para decidir, domínio próprio e proporcionalmente livre.
No entanto, mesmo com o poder que o domínio da linguagem possa nos permitir, tal poder não é total, já que nossa percepção da realidade não é plena (isto é: a total percepção do mundo físico e metafísico), e, mesmo com as milhões de combinações que os alfabetos nos permite, nos faltaria signos, fonemas e significados.
Exemplo: suponhamos que por meio da linguagem possamos definir um cachorro: animal mamífero, canino, carnívoro, quadrúpede, homeotérmico, etc.; e, mesmo que pudéssemos fazer com que um cão seja vegetariano, andar como bípede, miasse ao invés de latir, entre outras coisas; ele, ainda assim seria um cão, pois o que faz dele o que ele é, não é somente a forma como se manifesta aqui e as possibilidades de seu círculo de latência, mas de suas informações atômicas, da combinação de seu algoritmo bioquímico única e, principalmente de sua essência que vem de um outro lugar onde a realidade está em sua plenitude.
Pois bem, mesmo com a precisão da comunicação que o poder do domínio da linguagem nos permite, transmitindo ao interlocutor uma percepção maior da realidade, ela ainda nos falta em signos e significados. Então imagine: Será que sem o conhecimento devido da linguagem poderíamos transportar um indivíduo mais próximo da realidade ou da ilusão?
João Marcos Vieira